"Lógica e Linguagens Orientais" foi o tema desta edição, que contou com especialistas da China, Estados Unidos, Índia, Japão e Europa
Integrantes da mesa de abertura: Fábio Bertato, Ronaldo Almeida, Ítala D'Ottaviano e Antônio Florentino
Uma aproximação entre Heidegger e Śaṅkarācārya? Relações entre o inconsciente de Lacan e os ideogramas chineses? Uma alternativa confucionista ao "sujeito liberal capitalista"? Uma encruzilhada entre lógicas orientais, ocidentais, indígenas e afro-brasileiras?
Esses foram alguns dos temas abordados no
XI Colóquio Internacional de Filosofia Oriental da Unicamp, realizado entre os dias 16 e 18 de setembro, que ilustram uma plataforma de intercâmbio entre tradições de pensamento, lógicas e linguagens que, de outro modo, poderiam ser consideradas incomunicáveis.
Promovido pelo Grupo de Estudos Brasil-China e sediado no Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE), o colóquio chegou à sua décima primeira edição consolidado como referência nacional e internacional na área. "É uma grande satisfação para o CLE acolher um encontro tão tradicional", declara o coordenador do Centro, Fábio Bertato.
Especialistas do Brasil, Estados Unidos, China, Índia, Japão e países da Europa estiveram na Unicamp para o colóquio, que este ano foi dedicado ao tema "Lógicas e Linguagens Orientais".
O destaque foi a Lógica do Lugar de Nhisida, fundamento da filosofia oriental contemporânea. Também foram apresentadas, de forma sistemática e inédita, as contribuições das lógicas chinesas de Kong Sunlong e Hui Zi; das lógicas indianas, de Nagarjuna a Chandrakirti; e das lógicas taoistas e moistas.
Para Bertato, o contato com essas tradições abre novas perspectivas para a lógica paraconsistente, especialidade dos pesquisadores do CLE.
"É um evento de altíssimo nível, que lança luzes sobre a possibilidade de investigações formais a respeito de lógicas e discursos oriundos de tradições orientais. Um esforço de grande relevância para o avanço da filosofia intercultural", avalia Bertato.
A professora e fundadora do CLE, Ítala D'Ottaviano, destacou a parceria com o
recém-criado Centro de Estudos Interdisciplinares Brasil-China (CEIBC), que passará a incorporar o GEBC em sua estrutura.
O Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) e o Instituto de Economia (IE) também participaram da organização e promoção do evento.