Domingo, 06 de novembro de 2016 - Por Campinas.com.br
Batalha musical marca concertos da Sinfônica da Unicamp
Apresentações ocorrem nos dias 9 e 10/11, respectivamente no teatro Castro Mendes e no auditório da FCM

Sinfônica da Unicamp terá regência de Alessandro Borgomanero em batalha musical (Foto: Ciddic)
Nos concertos desta semana em Campinas, a Orquestra Sinfônica da Unicamp convida o público para uma 'batalha musical', com sons que remetem a gritos, clarinadas, fogos e traz, ainda, o duelo entre dois instrumentos de cordas muito próximos e parecidos, a viola e o violino. Com o tema "La Battalia e outros duelos instrumentais", as apresentações ocorrem na quarta-feira (9), às 20h, no teatro Castro Mendes, e na quinta (10), às 19h, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas. Os solos serão de Emerson de Biaggi (viola) e Alessandro Borgomanero (violino e regência - foto à dir.). No repertório, obras de Heinrich Ignaz von Biber ("Battalia a 9? ), Mozart ("Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra, K. 364") e J. Haydn ("Sinfonia 104, em Ré maior, Londres").
Segundo a regente titular da Sinfônica, Cinthia Alireti, confrontos e episódios de guerra têm sido representados em música desde o século 14, tanto em madrigais quanto em peças instrumentais. Notas repetidas e outras expressões que lembram uma batalha ficaram conhecidas como estilo "concitato", muito em voga nas representações de batalha do barroco italiano. Traços do estilo concitato se disseminaram também no Áustria do mesmo período.
Quase um século mais tarde, por volta de 1770, um gênero chamado S"infonia Concertante", descendente dos concertos grossos italianos, onde um grupo de solistas se destacava da orquestra para exibir suas habilidades virtuosísticas, se tornou um ponto alto dos concertos para o grande publico parisiense. "Na Sinfonia Concertante para violino e viola de Mozart, dois solistas ‘concertam’ entre si - de acordo com o verbo italiano ‘concertare’ significa concordar, se encontrar - mesmo que o elemento virtuoso de suas partes surgiram ao público um acordo entre dois competidores, ou ainda, duelistas que utilizam seus instrumentos quase como armas de fogo", comenta Alireti.
Não muito tempo depois, em 1795, Haydn escreveu a Sinfonia nº 104, ainda em clima de guerra e disputas intelectuais da Revolução Francesa. "Nessa época, Londres se tornava mais e mais cosmopolita, não apenas pela presença de grandes compositores e intérpretes, como o grande violinista e compositor, Giovanni Battista Viotti, que provavelmente viabilizou a primeira performance dessa Sinfonia, mas também pela presença de refugiados decorrentes da revolução. Épocas distantes, com histórias muito parecidas com as que conhecemos hoje", destaca a regente.
Sobre os convidados
Emerson De Biaggi estudou violino com a professora Lola Benda e viola sob orientação de Johannes Oelsner. Durante o Bacharelado em Música no Departamento de Música da ECA-USP, foi aluno dos professores Perez Dworecki, Horácio Shaeffer e Marcelo Jaffé. Realizou o curso de Mestrado na Boston University (1992) estudando com Raphael Hillyer e Steven Ansell. Em seguida cursou o Doutorado na University of California, sob orientação de Heiichiro Ohyama, Donald McInnes e Ronald Copes. Integrou a Boston Philharmonic, a Vermont Symphony Orchestra e a Boston Modern Music Orchestra. Em 1997 regressou ao Brasil para integrar a Orquestra Sinfônica Estadual de São Paulo. Atualmente é professor de viola e música de câmara nos Institutos de Artes da Unesp e da Unicamp, além de ser chefe do naipe de violas da Orquestra de Câmara da Unesp. Tem participado como professor de viola nos festivais de Curitiba, Montenegro, Juiz de Fora e São João del Rey.
Já o regente e violinista Alessandro Borgomanero nasceu em Roma (Itália) e formou-se com o título de Mestre em 1992, na Universidade de Música Mozarteum, de Salzburg. Continuou seus estudos com renomados violinistas. Apresentou-se como solista frente a várias orquestras, como Orquestra de Câmara de Budapeste, Salzburg Chamber Soloists, Philadelphia Virtuosi, London Mozart Players, Virtuosos de Salzburgo, Orquestra de Câmara de Berlim, Orquestra Sinfonietta Salzburg, Bachiana Filarmônica, Sinfônica de Vaasa (Finlândia), Sinfônica de Guayaquil, Sinfônica Nacional do Ecuador, Orquestra L´Armonica Temperanza di Roma, Camerata Filarmonica Siciliana, Tblisi State Chamber Orchestra (Georgia) e com a maioria das orquestras sinfônicas do Brasil. Em 2015 foi convidado para tocar a estreia mundial do concerto para violino, saxophone e orquestra de Helene Rasquier, no Carnegie Hall de Nova York com a New York Sinfonietta.
Apresentou-se em salas de concerto importantes como no Grosses Festspielhaus em Salzburg, Musikverein de Viena, Palao de la Música de Barcelona, no Tivoli em Copenhague, Alte Oper de Frankfurt, Bunkakaikan e Sala Pablo Casals em Tóquio, no Teatro Olímpico de Roma, no Teatro Colón em Buenos Aires e na Sala São Paulo. Participou em concertos em diversos festivais de música ao redor do mundo. Ministrou masterclasses para violino na Escola Superior de Música de Viana (Portugal) e em quase todos os festivais do Brasil. Gravou vários CDs pelos selos Kreuzberg Records (Alemanha), Nami Records (Japão) e Classic Sound (Áustria). A sua discografia inclui dois CDs gravados com o Mozarteum Quartett, com quartetos e quintetos de Mozart com o clarinetista Wenzel Fuchs da Filarmônica de Berlim, um CD de violino e violão com um arranjo dos Quadros de uma Exposição de Mussorgsky e outro com peças virtuosísticas para violino e piano.
Em 2011 gravou um CD com obras inéditas de compositores brasileiros para violino e orquestra de cordas como solista e diretor artístico da Camerata Filarmônica de Goiás. Vive em Goiânia desde 1999 onde é professor de violino na Universidade Federal de Goiás. Desde 2012 está à frente da Orquestra Filarmônica de Goiás.
Serviço:
Música: Orquestra Sinfônica da Unicamp
Locais: teatro Castro Mendes. Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial - Campinas. (19) 3272-9359 / Auditório da Faculdade de Ciências Médicas (Unicamp)
Datas: 9 e 10 de novembro
Horários: 20h (dia 9, no Castro Mendes) e 19h (dia 10, na Unicamp)
Entrada: no Castro Mendes - R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 5 (comunidade Unicamp) / gratuita - na Unicamp
Fonte: Campinas.com.br
Voltar

CIDDIC
Música
Corrida Integração ganha trilha feita por Orquestra Sinfônica da Unicamp
Música é uma homenagem aos 40 anos da prova

CIDDIC
Música
Álbum revela trabalho de composição inédito de Damiano Cozzella
Arranjador reconhecido, músico foi professor do Instituto de Artes e teve acervo doado para a Universidade

CIDDIC
Música
Escola Livre de Música abre inscrições
Inscrições para 21 disciplinas podem ser feitas até o fim de fevereiro

CMU
ExposiçãoHistória
O historiador que construiu a memória campineira