A Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen) da Unicamp receberá o antropólogo, geógrafo e cientista ambiental Emilio Moran, no dia 31 de outubro de 2017, das 14h30 às 17 horas. "Interdisciplinaridade", "Disciplinaridade" e "Fronteiras do Conhecimento" serão os temas principais debatidos no encontro. O evento ainda contará com uma apresentação musical do Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (CIDDIC) da Unicamp e com o lançamento do livro "Clima de tensão - Ação humana, biodiversidade e mudanças climáticas". O livro foi organizado por Lúcia da Costa Ferreira, da Unicamp, Luísa Schmid, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), Mercedes Pardo Buendía, da Universidad Carlos III de Madrid (UC3M), Jorge Calvimontes, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade (Nepam) da Unicamp e José Eduardo Viglio, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam). Perfil Emilio Moran, antropólogo social de renome mundial, publicou diversos artigos científicos e livros sobre Ecologia humana, população e meio ambiente, desmatamento e questões sobre a Amazônia. Considerado um dos cientistas pioneiros no campo de estudos que combinam as ciências naturais e sociais para entender as interações homem-ambiente, Moran foi eleito para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em 2010. É professor de Ciências Ambientais na Universidade de Michigan (EUA). A socióloga Lucia da Costa Ferreira, pesquisadora da Unicamp e colega de Moran, afirma que o caráter inovador da abordagem do pesquisador está em utilizar um conjunto amplo de dados, desde sua tese de doutorado sobre a Transamazônica até seus trabalhos mais recentes. Suas pesquisas se utililizam de entrevistas, informações de sensoriamento remoto e estudos demográficos para compreender o papel de vários personagens na ocupação da floresta, revelando uma série de processos microssociológicos que interferem na mudança estrutural do ambiente. No Núcleo de Estudos Ambientais (NEPAM) da Unicamp, Moran coordena uma equipe de pesquisadores de várias áreas e diferentes instituições que estuda os impactos sociais e ambientais da construção da hidrelétrica de Belo Monte, na bacia do rio Xingu, próxima ao município de Altamira, PA. Financiada pela FAPESP no âmbito do programa São Paulo Excellence Chairs (Spec) e programada para se encerrar em 2018, a pesquisa tem como foco compreender os impactos da construção da usina sobre a atividade agrícola, a área urbana, as populações tradicionais e a saúde na região. Em 2016, Moran foi escolhido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para integrar o National Science Board (NBS). O conselho estabelece as estratégias da National Science Foundation (NSF), principal agência de fomento à pesquisa básica dos Estados Unidos. Formado por 25 membros, entre cienstistas de primeira linha e alguns representantes de empresas com trabalho voltado à inovação, o NSB se reúne cinco vezes por ano e funciona como um órgão consultivo do governo e do congresso em temas ligados à ciência, tecnologia e educação.

Coordenador de um projeto sobre os impactos da construção da hidrelétrica de Belo Monte, o antropólogo Emilio Moran fala sobre o desmatamento na Amazônia desde os anos 1970 e sobre o convite para integrar o National Science Board (NSB), conselho que estabelece as estratégias da National Science Foundation (NSF), principal agência de fomento à pesquisa básica dos Estados Unidos.