Em assembleia geral realizada no último dia 3 de maio, dentro da programação do XIII Encontro Nacional de História Oral, em Porto Alegre, a Associação Brasileira de História Oral elegeu para a presidência da entidade a pesquisadora do Centro de Memória – Unicamp (CMU), Dra. Ana Carolina de Moura Delfim Maciel. Tendo como vice-presidente a Profa. Dra. Luciana Quillet Heymann, do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV), ambas foram empossadas para a gestão da associação até 2018. Na ocasião, também foram escolhidos os cinco diretores regionais da ABHO, além dos integrantes dos Conselhos Fiscal e Científico que atuarão no período. Ana Carolina Maciel é bacharel em História, mestre em Multimeios e doutora em História, todos títulos obtidos na Unicamp. Fez pós-doutorado no Museu Paulista da Universidade de São Paulo e pesquisas no Centre de Recherches Historiques da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Atua ainda como pesquisadora associada do Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense (LABHOI/UFF) e como diretora de filmes documentários, sendo autora do livro "Yes nós temos bananas" (Alameda Editorial, 2011) e de capítulos de livros e artigos sobre historiografia e audiovisual, memória, biografia e cultura material. De acordo com a pesquisadora do CMU, a eleição por aclamação para a presidência da ABHO representa o reconhecimento de suas contribuições para a área e a oportunidade de colaborar de forma mais sistemática para o fortalecimento de pesquisas em audiovisual. "Há alguns anos frequento encontros de História Oral e pude constatar que várias comunicações e conferências citavam a captação de fontes orais, mas não as compartilhavam para que pudéssemos tomar contato com os sons que regem a história oral, cenário que vem se alterando com a expansão do audiovisual em pesquisas de campo. No entanto, acionar uma câmera não é o mesmo que acionar um gravador sonoro. Espero contribuir para um redimensionamento da História Oral tendo em mente a complexidade que envolve a gravação audiovisual. Como bem apontou Jean Comolli, há uma ‘mise en scène’ que se instaura quando acionamos uma câmera, e isso interfere decisivamente nas resultantes da entrevista", reflete. Entre as principais metas da gestão recém-iniciada, a pesquisadora destaca a continuidade do Fórum de Coletivos de História Oral, que mapeou e reuniu diversas instituições brasileiras que se dedicam à captação e salvaguarda de depoimentos; e a ampliação da visibilidade da ABHO, buscando estreitar laços com entidades internacionais da área, como é o caso da International Oral History Association (IOHA), e também investir em novas estratégias de divulgação da associação nas redes sociais e internet. Com a eleição de Ana Carolina Maciel para a presidência da ABHO, a Unicamp irá sediar, em 2018, o XIV Encontro Nacional de História Oral. A ABHO, criada em 1994, congrega estudiosos e pesquisadores de todas as regiões do país, que têm em comum o uso da história oral em suas pesquisas. A cada dois anos, promove encontros nacionais e regionais sobre o tema, sendo responsável ainda pela publicação da Revista História Oral . Confira a composição completa da direção nacional da Associação Brasileira de História Oral (ABHO) para o biênio 2016-2018: Fonte: CMU