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Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Por Gabriela Villen
Uma linguagem inovadora para o 13º Feverestival
Prestar atenção ao que os grupos estão dizendo. Essa é a dica de Renato Ferracini para quem quer aproveitar a 13ª edição do Festival Internacional de Teatro de Campinas
Imagem: Uma linguagem inovadora para o 13º Feverestival
Prestar atenção ao que os grupos estão dizendo. Essa é a dica de Renato Ferracini para quem quer aproveitar a 13ª edição do Festival Internacional de Teatro de Campinas (Feverestival), que começa no domingo (12) e vai até dia 24 de fevereiro. Ferracini é ator do Lume (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp), professor do Instituto de Artes (IA) e um dos curadores do Festival. "Os grupos que estão vindo estão engajados politicamente na atualidade brasileira, na crítica desse estado calamitoso que estamos vivendo." Segundo Ferracini, essa foi a contundência utilizada pela curadoria do festival para selecionar 8 espetáculos, entre os 498 inscritos de todo o país. "A curadoria tem esse olhar de um grupo que não trabalha com a produção pela produção, mas com uma produção engajada que busca uma proposta de linguagem inovadora", explica Ferracini. Ao todo serão 64 atividades espalhadas por 18 cantos da cidade, incluindo além dos espetáculos selecionados, a Circuito Barão e programas especiais. Dialogar com o cenário urbano é uma característica do festival que vem se fortalecendo e este ano ganha destaque pela temática proposta Encontros em cantos. "O objetivo é refletir sobre nossa relação com a cidade e mostrar uma Campinas diferente. Se todos os cantos estão iluminados e recebendo arte, que cidade temos?", provoca a coordenadora do Feverestival e produtora do Lume, Cyntia Margareth. "Queremos provocar esse encantamento, provocar encontros em cada canto da cidade, provocar o olhar para a cidade que a gente já não enxerga mais". O engajamento político e a pesquisa de linguagem não ficaram de fora nem dos espetáculos infantis selecionados. Segundo Renato, as linguagens que eles propõem são muito diferentes da relação publico-plateia tradicional, que vê a criança como uma receptora passiva do que está sendo mostrado. O espetáculo Flou!, por exemplo, do grupo Artefatos Bascos, que será apresentado no Sesc, no sábado (18), não usa palavras e não conta uma história. "Ele convida as crianças a pintar, a fazer coisas. Quem faz o espetáculo são as crianças", conta Ferracini. Na mesma toada, mas com outra linguagem, o grupo Folias d’Arte, apresenta Chiquita Bacana no Reino das Bananas, que abre a programação do festival, neste domingo (12), no Sesc, às 16h. Nele, o público sorteia que ator fará cada personagem e escolhe o final da história, participando ativamente do julgamento da protagonista.

O Lume no Feverestival

A busca por uma postura não passiva do espectador está na pauta atual da pesquisa de linguagem desenvolvida pelo Lume e poderá ser conferida nos cinco espetáculos que o grupo apresentará durante o festival. "Você vai ver uma implosão das relações espetaculares já organizadas, onde a cena está ali e o publico aqui", explica Ferracini. "A gente sempre busca que o espetáculo aconteça com o publico e isso determina uma postura não passiva. Nesse sentido o espetáculo é politico." Terça-feira (14), Ferracini apresenta seu solo Dissolva-se-me, na sede do Lume.
O público do Festival poderá assistir ainda Quando os Subtextos são Textos, Cabaré Efêmero, Cabaré de gala e SerEstando Mulheres (confira na Agenda).

Barão Geraldo e Unicamp

Os espetáculos do Lume fazem parte do Circuito Barão, que acontece dentro do Festival, e traz à cena os trabalhos desenvolvidos pelos grupos de Barão Geraldo. Serão 30 eventos, incluindo teatro, dança, música, circo e audiovisual. Além dos espaços convencionalmente dedicados à apresentações artísticas, como a sede do Lume e o Centro Cultural Casarão, a mostra pretende ocupar praças e ruas. A Cia dos Náufragos, formada por egressos do Instituto de Artes da Unicamp (IA), levará A Ilha desconhecida à Praça do Coco, na terça-feira (21), às 16h. O campus da Universidade não ficará de fora. O Paviartes do IA, recebe já na segunda-feira (14), às 16h, o espetáculo Electra.doc, do Núcleo Corifeu de Teatro. A parceria com a Unicamp ultrapassou, nesta edição, os limites do IA. O CIS Guanabara abrigará dois eventos: o fórum Festivais de teatro do Brasil e o debate Caminhos para a circulação nacional e internacional. Além disso, já há quatro edições a Pró-reitoria de extensão e assuntos comunitários (Preac), em parceria com o Lume, oferece cursos de produção e técnica, capacitando profissionalmente estudantes que desejem trabalhar na produção do festival. Confira a programação completa do Festival.

Jornada Internacional Atuação e Presença

O Feverestival é apenas a ponta do iceberg. Durante todo mês de fevereiro Campinas e, especialmente, Barão Geraldo são o epicentro das artes cênicas no país. Tudo começou em 1996, quando o Lume, para quebrar a habitual calmaria que se passava nos palcos durante o mês de fevereiro, chamou os interessados no seu trabalho para conhecer um pouco mais sua metodologia. Desde então, o evento, que foi batizado de Cursos de fevereiro, acontece anualmente, com procura cada vez maior. Este ano foram oferecidos 11 cursos, ministrados por atores do Lume ou convidados sob sua supervisão. Houve cursos com mais de 150 inscritos, pleiteando uma das 15 vagas. "É quase um vestibular", brinca Ferracini. Na esteira do Lume, os outros grupos que são sediados em Barão Geraldo também começam a abrir suas portas. O Barracão Teatro e Boa Companhia, por exemplo, passaram a oferecer cursos em fevereiro. "O Lume fez com que Barão Geraldo em fevereiro se tornasse um lugar onde as pessoas vem se reciclar. Isso começou em 1996 e foi só crescendo. Hoje, todos os grupos sediados aqui abrem suas portas para oferecer cursos neste mês", conta Ferracini. Com essa multidão de artistas de todas as partes do país reunidos, surgiu a necessidade de criar-se um espaço onde pudessem ser apresentados os trabalhos que cada um desenvolvia. Além disso, os visitantes vinham ávidos por assistir a produção artística de seus anfitriões. Para possibilitar essa troca, foi criado o Terra Lume. Mas ainda faltava alguma coisa. Os cursos e os escambos estavam centrados no trabalho prático e o perfil dos participantes, assim como de quem os recebia, exigia também reflexão teórica. Assim, surgiu o Simpósio internacional reflexões cênicas contemporâneas para aglutinar as discussões sobre a teoria do fazer teatral e os trabalhos acadêmicos desenvolvidos sobre o assunto (veja na Agenda). A junção desses três eventos - Cursos de fevereiro, Terra Lume e Simpósio - deu origem, em 2010, a Jornada Internacional Atuação e Presença, que finalmente dá conta da prática, troca e teoria. A Jornada tem o reconhecimento e apoio dos órgãos de fomento a pesquisa Capes, Cnpq, Fapesp e Faepex. Os Cursos e o Terra Lume deste ano já estão em andamento e o Simpósio começa na próxima terça-feira (14). Em sua 6ª edição, o Simpósio conta com 70 comunicações, 215 inscrições e 4 mesas confirmadas com convidados internacionais. Os quatro temas que balizarão as discussões em cada um dos quatro dias de evento serão: voz, circo, arte na cidade e campo expandido da arte.
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