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Quarta-feira, 27 de maio de 2020 - Por Bianca Bosso (Labjor/Nudecri)
Spray com nanopartículas de prata pode ser aliado no combate ao coronavírus
Pesquisadores da Unicamp investigam como a aspersão deste spray em protetores faciais pode reduzir a transmissão e o contágio pelo SARs-CoV-2
Imagem: Spray com nanopartículas de prata pode ser aliado no combate ao coronavírus
O uso de nanopartículas de prata (AgNPs) como agente antimicrobiano vem sendo estudado amplamente e já resultou em diversos produtos para a agricultura e para a indústria médica e farmacêutica. Há disponível no mercado uma variedade de desinfetantes e produtos de higiene de uso tópico baseados nessa tecnologia e estudos apontam para uma possível aplicação dessas partículas na produção de agroquímicos com baixo impacto ecológico. Baseados nesse potencial antiviral das AgNPs, um grupo de pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp (IQ) tem investigado a aplicação de um spray contendo essas partículas para frear a disseminação do SARs-CoV-2, vírus causador da COVID-19. As nanopartículas de prata são pequenos agregados deste elemento que podem ser sintetizados através de diferentes métodos químicos, físicos ou biológicos. As pesquisas sobre o uso antimicrobiano das AgNPs na Unicamp tem como principal foco o seu potencial anti-bactericida, porém estudos comprovaram que estas partículas também possuem aplicação contra vários tipos de vírus, incluindo os causadores da HIV, hepatite B e influenza. "Estamos usando as experiências de desenvolvimento de produtos antimicrobianos do grupo, que foram publicados no decorrer dos anos, e de produção de nanopartículas de prata usando métodos biológicos. Já obtivemos resultados positivos em testes com o vírus que mostraram uma promissora atividade virustática (inibição da replicação viral)", contou a professora do Instituto de Química, Ljubica Tassic. A obtenção das partículas de prata é feita por meio de processos biológicos utilizando um componente presente na casca da laranja para desencadear a formação das AgNPs que são incorporadas à uma solução. A aspersão deste líquido nas viseiras de protetores faciais confere a eles capacidade antiviral: "As nanopartículas de prata agem destruindo a camada externa do Coronavírus, impedindo a sua disseminação", esclarece a virologista Clarice Weis Arns, do Instituto de Biologia da Unicamp, que também participa dos estudos. A aplicação do spray nos protetores faciais implica na redução da transmissão do SARs-COv-2, uma vez que reduz significativamente o número de indivíduos aptos a ‘se reproduzir’. Tassic explica que uma das características que confere às AgNPs esse potencial de reduzir a quantidade de coronavírus é sua capacidade de se ligar a diversos componentes virais. Isso representa uma vantagem dos produtos a base de AgNPs em relação aos antivirais convencionais porque há uma possibilidade menor de que o vírus desenvolva resistência. Além da promissora capacidade virustática, o spray baseado em nanopartículas de prata possui outras vantagens: como as AgNPs são usadas em baixas concentrações na formulação do spray, não causam dado ao matérial genérico e às células humanas. Além disso, o processo de produção é relativamente simples e de baixo custo, possibilitando que sua aplicação como desinfetante em larga escala. Clarice Arns acrescenta que a utilização do spray contra outros micro organismos também está sendo testada: "Já estamos testando em vírus super resistentes. A literatura também indica que as nanopartículas de prata podem combater bactérias e fungos. Ou seja, uma vez que tenhamos a técnica bem desenvolvida, podemos pensar as nanopartículas de prata como potente desinfetante".

Mercado

– A tecnologia está pronta para ser testada. "Já é possível utilizar o spray em pequena escala nos laboratórios da Unicamp", contou Ljubica. Testes iniciais vão utilizar protetores faciais produzidos pelo INCT-Biofabris, ligado ao Centro de Engenharia Biomédica (CEB), também da Unicamp. "Estamos entrando em contato com o setor do Hospital das Clínicas da Unicamp responsável por este tipo de avaliação e nosso desejo é encaminhar os protetores com o spray para utilização no combate ao COVID-19", acrescenta André Luiz Jardini Munhoz, pesquisador no Biofabris. Os pesquisadores esperam que a tecnologia desperte o interesse de alguma empresa. Segundo a professora do IQ, estudos de três a seis meses seriam suficientes para comercialização do spray.
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