O Instituto de Geociências (IG), em parceria com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI/Cocen), ambos filiados à Unicamp, pretende analisar a percepção pública sobre as Mudanças Climáticas. A pesquisa está sendo realizada através de um
questionário online e prevê a promoção de reflexões sobre como a informação acerca deste tópico é distribuída, acessada, compreendida e difundida na população.
A iniciativa surgiu a partir da percepção de que as informações sobre o tema, apesar de bastante difundidas na mídia, ainda são, muitas vezes, enviesadas de acordo com posicionamentos e interesses da fonte: “percebi que há muitos estudos falando sobre como a mídia retrata as Mudanças Climáticas em função da situação socioeconômica do país (...). Países que não estão tão bem economicamente tendem a falar das Mudanças Climáticas tentando amenizar um pouco seus danos ao meio ambiente e no dia-a-dia. Quem comunica a informação leva o foco para um lado ou para o outro a depender da situação”, explica Larissa Zezzo, do IG, que idealizou e executa o projeto junto à pesquisadora Priscila Coltri, do CEPAGRI.
O problema se agrava ao considerar a dificuldade de acesso da população aos artigos científicos relacionados ao tema: “as respostas que obtivemos até agora mostram que a massa, de modo geral, não busca artigos científicos para se informar sobre as Mudanças Climáticas, porque eles se mostram restritos à academia. O conhecimento mais “grosso”, mais complexo, ainda está preso nas Universidades”, acrescenta a pesquisadora.
“Queremos entender também como o público vê a questão da influência humana nas Mudanças Climáticas e o papel das
fake news no processo de construção do conhecimento, além de entender quais são as principais fontes de busca quando querem se informar sobre o tema”, explica Larissa Zezzo. Analisar como se dá o contato do público com as informações sobre o assunto permite que novas abordagens e estratégias sejam desenvolvidas a fim de inteirar a população sobre as Mudanças Climáticas, fazendo com que o conhecimento produzido na academia chegue de forma mais eficiente e clara. “Se eu não sei o que as pessoas não entendem sobre um assunto tão complexo, fica difícil, como cientista ambiental, levar mais sobre o tópico para elas - é necessário entender para se fazer compreender”, finaliza Zezzo.
O questionário online ficará disponível até março e pode ser respondido através
deste link. A versão em inglês pode ser acessada a partir
deste link.
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