O estudo da expressão homoerótica na arte brasileira é imensamente restrito, e ainda assim tem como foco a homossexualidade masculina. Embora estes estudos devam-se ao pioneirismo dos Estudos sobre a Mulher, a homossexualidade feminina em si foi deixada para trás tanto socialmente quanto academicamente. Semelhante ao fato de a mulher, durante muito tempo, ser marginalizada de qualquer análise social, a homofobia relacionada às lésbicas se dá muito mais pelo descaso e indiferença do que pela violência física. No Brasil, inclusive, a marginalidade da lesbianidade na arte é completa, e os estudos sobre ela, pouquíssimos. Assim como no cinema, uma forma de arte bastante utilizada pelo movimento LGTTB são os quadrinhos que, aliás, emprestaram ao cinema muito de sua linguagem. Os lesbian comics são bastante numerosos nos outros países; já no Brasil não se sabe e nem há nenhum estudo neste sentido. De qualquer maneira, não encontramos estudos relevantes no Brasil e no mundo que dediquem atenção especial à expressão da lesbianidade nas histórias em quadrinhos. Assim, neste trabalho, desejamos realizar a busca por estas produções no país e analisar sua linguagem- tanto imagética quanto textual- para percebermos as conexões entre as expressões da lesbiandade nos quadrinhos brasileiros em comparação com os trabalhos feitos no exterior, mas disponíveis no Brasil

Esta proposta de pesquisa tem como foco de estudo a construção da beleza entre meninas e meninos na faixa etária entre seis e doze anos, moradoras de Brasília, Distrito Federal, frequentadoras de salões de beleza. Partindo do princípio de que a criança é produtora de cultura, pretendo priorizar as narrativas e discursos desses sujeitos sociais sobre os processos de construção de sua beleza. Proponho desenvolver um trabalho qualitativo, fundamentado na teoria socioantropológica do corpo, que vise descrever os sentidos e os significados das vivências das meninas em relação às suas imagens corporais em diferentes situações de seu cotidiano: ambiente familiar, espaços de lazer, atmosfera escolar, entre outros momentos de interação social. Escolherei as narrativas biográficas como fundamento etnográfico, pois elas permitem compreender as subjetividades, as implicações físicas e emocionais referentes à construção de seus corpos e, sobretudo, o que isso revela sobre o meio social em que estão inseridas. A fecundidade do método etnográfico pautado nas narrativas é justamente mostrar como a experiência individual é uma fonte rica para se compreender o social. Por meio do desenvolvimento desta proposta de trabalho, objetivo vislumbrar temas mais amplos, tais como as relações entre individualidade e sociedade, exigências sociais e discriminação, cultura e mercado, processos de socialização e construção do corpo infantil.

Apoio do CNPq e Capes à publicação da revista cadernos pagu

Esta pesquisa parte da análise da dinâmica de produção-exibição de uma cinematografia inicialmente denominada de gay e lésbica (década de 90) e que, na última década em muitos lugares passou a se auto-denominar "queer". O enfoque não é temático (como a questão da família por exemplo), como eu vinha desenvolvendo até então, mas voltado para a análise das programações e execuções _ naquilo em que podem ser comparadas_ de diferentes edições do festival queer de cinema. Como início, pretendo comparar as edições do Festival Mix Brasil da diversidade sexual, Festival Queer Lisboa e o Festival Mix de Nova Yorque. Para elaborar os meios desta análise comparativa, proponho a realização de uma leitura transdisciplinar, que parta primeiramente de uma etnografia das sessões e programações destes três festivais, com enfoque para as questões estéticas e políticas que perpassam a produção cênica e representacional de sexualidades periféricas, ou seja, fora dos padrões heteronormativos

Por meio da análise da produção mais recente do cinema queer brasileiro, esse projeto de pesquisa pretende averiguar o modo como o uso de elementos da ficção especulativa (que engloba os gêneros de horror, fantasia e ficção científica) na construção estético-narrativa cria um discurso ativista dentro dessas obras.

O objetivo geral deste projeto é a implantação da área de pesquisa Diversidade sexual, poder e diferença no Núcleo de Estudos de Gênero Pagu/Unicamp, visando contribuir para as demandas que se apresentam no cenário delineado na introdução e justificativa deste projeto. Esse objetivo se desdobra em quatro objetivos específicos, que perpassam os subprojetos: 1) produzir conhecimento sobre convenções e imagens sociais acerca da diversidade sexual e da violência; 2)aprofundar o conhecimento sobre a dinâmica da violência com base na sexualidade entre LGBT; 3) estimular a formação de novos pesquisadores na área temática dessa linha de pesquisa; 4) mapear e promover a interlocução com pesquisadores (profissionais e estudantes) que trabalham a temática nos vários Institutos e Núcleos da UNICAMP ; 5) aproximar a universidade de atores sociais (governamentais e não-governamentais) ligados ao tema no âmbito local, com vistas a promover ocasiões de diálogo e trocas entre os mesmos

A década de 1970 pode ser considerada um marco na formação de cineastas na Itália, Inglaterra e Brasil, interessados em filmar situações cômicas de sexo, misturando gêneros e estilos. Com o foco no corpo, em especial na performance feminina, as cenas exploravam posições bizarras, jogando com o esconde/revela para tornar a visualidade mais ou menos ?picante?. No Brasil, os mecanismos de produção cênica e narrativa contaram ainda com a especificidade da vigilância constante da censura, uma vez que vivia-se naquele momento em pleno regime militar. A Inglaterra, embora fosse qualificada por alguns historiadores (Bayley, (2008) Peter Gay, (1988)) como herdeira do moralismo Vitoriano, é considerada uma das pioneiras na produção de comédias sexuais no cinema. Por sua vez, a Itália é mencionada, por cineastas e estudiosos do cinema como a referencia maior do cinema nacional que se popularizou nas comédias de costume. Partindo de um estudo preliminar sobre as produções da pornochanchada brasileira, esta proposta de estágio no King?s College visa permitir o aprofundamento no conhecimento sobre a filmografia britânica que ficou conhecida como sex comedy. A intenção é a de realizar um estudo comparativo entre estéticas e posições políticas elaboradas transnacionalmente, ou seja, que escapam das fronteiras e especificidades de uma determinada cultura ou nacionalidade. O cinema é um tipo de produção cultural privilegiada para pensarmos as trajetórias e a dinâmica que reitera e também desloca regimes de visibilidade. No interior desta demarcação mais ampla, os aspectos da cultura visual que esta pesquisa visa estão centrados na perspectiva de pensar a produção de categorias de diferenciação subjetiva no interior deste dispositivo narrativo histórico que denominamos de Humor (Bremmer & Roodenburg, 1997). No entrecruzamento deste debate sobre comédia e sexo, há ainda a maneira como uma peculiar história do erotismo é elaborada visualmente em relação às situações que poderiam ser dramáticas, mas que encontram no riso, no escárnio, no deboche, sua forma de manifestação. Um terceiro elemento importante agregado a essa pesquisa é a noção de cultura popular. O apelo sensual (e carnal) dos filmes e o seu relativo sucesso de público nos permite indagar sobre quais foram historicamente os componentes fílmicos em estreito diálogo com a cultura popular (e o que seria essa cultura) nas últimas décadas do século XX

Trata-se da continuidade de um trabalho que vinha sendo desenvolvido de modo solitário desde 2008 e agora, com a aprovação do primeiro projeto SAE, consolidou-se como uma das principais atividades de extensão do Núcleo de Estudos de Gênero/PAGU. Neste projeto de Extensão Universitária nos propomos a trabalhar com a comunidade (universitária e em geral) no sentido de desenvolver um olhar crítico sobre o repertório de imagens que perpassam o nosso cotidiano. Sabemos da presença cada vez maior dos suportes de imagens (TV, Vídeos, Jogos, Outdoors, Cinema, Internet) em nossa cultura. como um No entanto, a presença em si não desenvolve ou orienta uma relação de interlocução com a imagem. a produção de significados culturais a respeito da percepção das diferenças de gênero (e muito das desigualdades presentes nas relações daí advindas) passa por uma pedagogia do olhar, uma educação dos sentidos. Nossa proposta é de suscitar o debate sobre temas polêmicos e atuais, marcados pela diferença entre masculinidade e feminilidade, bem como pelo debate a respeito das interações (institucionalizadas ou não) entre identidade de gênero e sexualidade, permitindo um debate para além dos tradicionais fóruns de divulgação de pesquisa (congressos, simpósios, seminários, sala de aula) que faça a crítica à dicotomia hetero/homossexualidade. Para isso, realizaremos sessões quinzenais de projeção/debate de filmes com convidados que tenham pesquisa nas áreas temáticas envolvidas e que possam apresentá-las em diálogo com os filmes, numa linguagem acessível. O objetivo é proporcionar uma conversa aberta sobre as questões vividas pelos jovens que estão nos primeiros anos da graduação e se defrontam com discriminações e abusos psíquicos e físicos, para que possam passar por um processo mais coletivo de elaboração e amadurecimento. O nosso alvo maior é alertar e prevenir contra atos de violência contra mulheres e homofobia (masculina e feminina). Os participantes terão acesso a uma filmografia (documentário e ficção) que lhes permitirá realizar esta importante reflexão, sempre com a condução do debate a partir de dados de pesquisas desenvolvidas no nosso Núcleo de Estudos de Gênero ou por profissionais que realizem parcerias com as pesquisas do Núcleo

Esta pesquisa representa um estudo sobre cinema e sexualidade e se propõe a abordar o jogo entre imagens e imaginários que cercam a elaboração de personagens e/ou enredos fílmicos. Narrativas estas que representam vivências eróticas e modos de vida relativos ou entendidos como pertencentes ao universo LGBT. O objetivo principal é perceber como em um circuito aberto de difusão cinematográfica, sexualidades não heteronormativas ganham visibilidade e contornos apropriados a um público mais amplo do que aquele que frequenta festivais especializados na temática queer. Esta pesquisa trabalhou com o recorte cronológico de dez anos, ou seja, serão levantados filmes exibidos em São Paulo entre os anos 1990 e 2010. Interessa-nos interrogar, quais seriam as condições ético/estéticas historicamente predominantes na produção cinematográfica deste período, no sentido de evidenciar modos narrativos e formas de representação imagética que reforçam e/ou questionam a heteronormatividade, procurando entender como, por contraste ou contiguidade, um imaginário denominado de homossexual é tecido e confrontado pela própria dinâmica e diversidade de (auto)representações presentes na heterogeneidade da filmografia abordada.

Trata-se da continuidade de um trabalho que vinha sendo desenvolvido de modo solitário desde 2008 e agora, com a aprovação do primeiro projeto SAE, consolidou-se como uma das principais atividades de extensão do Núcleo de Estudos de Gênero/PAGU. Neste projeto de Extensão Universitária nos propomos a trabalhar com a comunidade (universitária e em geral) no sentido de desenvolver um olhar crítico sobre o repertório de imagens que perpassam o nosso cotidiano. Sabemos da presença cada vez maior dos suportes de imagens (TV, Vídeos, Jogos, Outdoors, Cinema, Internet) em nossa cultura. como um No entanto, a presença em si não desenvolve ou orienta uma relação de interlocução com a imagem. a produção de significados culturais a respeito da percepção das diferenças de gênero (e muito das desigualdades presentes nas relações daí advindas) passa por uma pedagogia do olhar, uma educação dos sentidos. Nossa proposta é de suscitar o debate sobre temas polêmicos e atuais, marcados pela diferença entre masculinidade e feminilidade, bem como pelo debate a respeito das interações (institucionalizadas ou não) entre identidade de gênero e sexualidade, permitindo um debate para além dos tradicionais fóruns de divulgação de pesquisa (congressos, simpósios, seminários, sala de aula) que faça a crítica à dicotomia hetero/homossexualidade. Para isso, realizaremos sessões quinzenais de projeção/debate de filmes com convidados que tenham pesquisa nas áreas temáticas envolvidas e que possam apresentá-las em diálogo com os filmes, numa linguagem acessível. O objetivo é proporcionar uma conversa aberta sobre as questões vividas pelos jovens que estão nos primeiros anos da graduação e se defrontam com discriminações e abusos psíquicos e físicos, para que possam passar por um processo mais coletivo de elaboração e amadurecimento. O nosso alvo maior é alertar e prevenir contra atos de violência contra mulheres e homofobia (masculina e feminina). Os participantes terão acesso a uma filmografia (documentário e ficção) que lhes permitirá realizar esta importante reflexão, sempre com a condução do debate a partir de dados de pesquisas desenvolvidas no nosso Núcleo de Estudos de Gênero ou por profissionais que realizem parcerias com as pesquisas do Núcleo

Essa pesquisa pretende fazer uma análise da estrutura e organização do Festival Mix da Diversidade Sexual, circuito cinematográfico voltado para o público GLBT, que se põe a refletir, expôr e representar a vida, os conflitos e a subjetividade de personagens também gays e lésbicos nas películas exibidas. Partindo de uma análise estrutural geral, com os tipos de sessões que o formam, suas divisões internas, seu crescimento e difusão pelo Brasil, a uma específica, em que agruparemos alguns dos filmes premiados em suas edições e procuraremos destrinçar, por meio da análise fílmica, as temáticas principais e mais recorrentes, para enterdermos o modo como a subjetividades homossexuais foram e são representadas na sétima arte e o que houve de novo e transformador nessa representação com o passar dos anos. Ao final deste trabalho, faremos uma comparação dessa estrutura e temáticas do festival Mix do Brasil com a de alguns festivais de cinema internacionais

A ficção científica é um gênero faz uso do estranhamento como forma de reflexão sobre o presente, o cinema de ficção científica possui uma iconografia particular, que incluí os temas do discurso cientificista, do futurismo, das tecnologias, do cyborg e de formas de vida extraterrestres, dando enfoque, principalmente, às metamorfoses e hibridismos. Levando em conta as articulações e desarticulações da narrativa fílmica e com base nos Estudos de Gênero e Sexualidade, Teoria Queer e Feminista, questionamos os modos com que a ficção científica, com seus recursos técnicos, estéticos e políticos, produz representações particulares e participa da produção de corporalidade e sexualidades normativas e/ou dissidentes.