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Quarta-feira, 31 de agosto de 2022 - Por Julia Pagano | Rafael Brandão
Doutorando do NICS estreia composição no Festival Gaudeamus, na Holanda
A composição é uma homenagem ao músico Jaques Morelembaum, conhecido como a alma do violoncelo brasileiro
Imagem: Doutorando do NICS estreia composição no Festival Gaudeamus, na Holanda
Quem somos e como a música que produzimos nos representa? Esta é a pergunta que motivou a composição Gestos: Um Tributo a Jaques Morelembaum, do músico e doutorando do NICS, Micael Antunes, que terá sua estreia no Festival Gaudeamus, na Holanda, no dia 10 de setembro. Micael é orientado em seu projeto de doutorado pelo Prof. Dr. Jônatas Manzolli. A obra é uma homenagem ao músico Jaques Morelembaum, conhecido como a alma do violoncelo brasileiro. Amplamente renomado e premiado no meio musical, Morelembaum já trabalhou com artistas como Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa, Ivan Lins, Julieta Venegas, David Byrne e Sting, entre outros. Realizado na cidade de Utrecht, o Festival Gaudeamus apresenta um viés contemporâneo, mesmo após seus longos 75 anos de existência. Ao inserir-se no meio urbano, buscou adaptar-se para não distanciar a relação entre público e som. O evento tem buscado predominantemente trazer músicos jovens como uma forma de dar maior visibilidade aos novos talentos. A Performance De Gestos - Gestos é uma obra para violoncelo solo e eletrônica, com um viés contemporâneo na relação entre instrumento, processamento digital e sons eletrônicos. A composição foi mais especificamente inspirada por uma performance que Micael assistiu em 2015 do Cello Samba Trio, grupo liderado por Morelembaum que traz uma visão panorâmica do samba. "Eu acho que as nossas expressões artísticas emergem de interações, conflitos e belezas que temos em nossa vida cotidiana. No contexto do violoncelo, o Jaques Morelenbaum representa esses conflitos e a pluralidade: às vezes apresenta-nos uma ambientação super melódica, como uma obra romântica européia, às vezes imita o canto sutil de João Gilberto. Pode imitar um contrabaixo, brincar com efeitos e ruídos das cordas, ou mesmo ser um instrumento de percussão. Retratar todas essas faces do violoncelo do Morelenbaum é a ideia de Gestos", diz Micael. Ambiguidade e Movimento - Quanto à pergunta inicial que motivou a composição de Gestos, Micael não chegou a uma resposta, mas diz que a questão remete a dois aspectos importantes: ambiguidade e movimento. A ambiguidade é observada nos conflitos que o sincretismo da música brasileira carrega em relação ao histórico colonialista. "Eu acho que o sincretismo não é pacífico, mas reflete vários conflitos na vida social e política até hoje", diz. Já o movimento diz respeito à pluralidade da música brasileira, que seria um sintoma desses conflitos complexos que levam à emergência de uma diversidade de soluções artísticas. "Entendo que a performance do violoncelo em nossa música, com a musicalidade de Morelembaum, é representativa desse sincretismo que atravessa a nossa cultura", explica o autor. A Influência do Projeto Cellomondo - O avanço da composição de Gestos se deve, em grande parte, à participação de Micael no Projeto Cellomondo, em 2021. Organizado por Katharina Gross, violoncelista e performer austríaca, o projeto convida jovens artistas de diversos países para a criação de obras que desenvolvam e aprimorem a expressividade do violoncelo, por intermédio inclusive de instrumentos eletrônicos. No contexto da colaboração, Micael contou com o auxílio do compositor Aurélio Edler-Copes, para a performance eletrônica em tempo real, e da própria idealizadora do projeto, Katharina Gross, como instrumentista. Participação no NICS - Micael Antunes é estudante do Instituto de Artes da Unicamp e tem seu desenvolvimento da pesquisa de doutorado realizado através do NICS. O Núcleo auxilia-o em seu trabalho através do suporte de softwares para análise musical e com o laboratório de comunicação sonora, que pode ser utilizado como um estúdio, por ter um ambiente de áudio imersivo com oito alto falantes disponíveis. "O NICS centraliza uma série de pesquisas e cursos que ajudam também na minha formação como músico. Ele é fundamental para que eu possa aprender sobre as práticas da música contemporânea e também para que eu tenha suporte para fazer o que estou fazendo agora", ressalta o músico.
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