Estudantes de ensino médio participam das oficinas "Entrando no Clima" e "Modos de Atenção à Terra", oferecidas pelo Cepagri e Labjor, respectivamente
O projeto Ciência e Arte nas Férias está de volta após dois anos de interrupção devido à pandemia de Covid-19. Com objetivo de aproximar a Unicamp e os estudantes de ensino médio, o projeto envolve alunos de 35 escolas públicas das regiões de Campinas, Limeira e Piracicaba. Até o dia 3 de fevereiro, os estudantes participam de atividades de iniciação científica, oficinas e visitas monitoradas em todas as áreas de conhecimento da Universidade.
O Sistema COCEN está presente no "Ciência e Artes nas Férias" através do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) e do Labjor, que oferecem respectivamente as oficinas "Entrando no Clima" e "Modos de Atenção à Terra: Artes e Ciências Diante do Antropoceno".
Entrando no Clima
As oficinas começaram na última quarta-feira (11) e seguem até fevereiro.
Na oficina "Entrando no Clima", os estudantes têm a oportunidade de conhecer, de maneira lúdica e didática, diversos equipamentos e espaços dedicados à ciência meteorológica.
"Inicialmente, recebemos os alunos e fazemos uma primeira atividade apresentando o Globo 3D, uma ferramenta pedagógica que permite que os alunos visualizem conceitos abstratos de climatologia, como Massas de Ar e fenômenos como o El Niño e La Niña, entre outros", explica a pesquisadora Priscila Coltri, que coordena o projeto.
Depois do Globo 3D, os estudantes participam de um jogo chamado "Na Trilha do Risco", no qual aprendem, com um tabuleiro e um dado gigante, os conceitos de risco e vulnerabilidade. Em seguida, os visitantes aprendem a construir um pluviômetro com garrafas pet, para que consigam medir e entender as quantidades de chuva registradas.
Por fim, a oficina é encerrada com uma visita à Estação Meteorológica do Cepagri, no museu, onde os alunos verificam como são medidas as variáveis meteorológicas.
Na oficina, o Cepagri conta com apoio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped).
Modos de Atenção à Terra
A oficina do Labjor experimenta "novos modos de narrar, de contar histórias, de produzir imagens, palavras e sons diante do Antropoceno", explica a pesquisadora Susana Dias, que conduz as atividades.
"O Antropoceno é nosso tempo presente, um tempo de destruição sem precedentes, como mudanças climáticas, extinção de espécies, pandemia. Um tempo que exige ir além das ideias de denunciar e convencer os públicos", contextualiza Susana. Na oficina, os alunos participam de mesas de trabalho coletivas da criação de livros-objeto, "foto performances", lambes e outros materiais de divulgação científica e cultural.
"Essas mesas de trabalho são uma metodologia que venho desenvolvendo para lidar com o Antropoceno e que pressupõe um engajamento material para produzir novos modos de viver junto, entre pessoas, plantas, animais, rios, conceitos, letras, papéis, tintas etc. Nas mesas de trabalho, os animais e plantas não são meros objetos de estudo, são sujeitos, parceiros e companhias", completa a pesquisadora.